Como empresas de pequeno e médio porte podem se prevenir de ataques de hackers?

Pequenas, médias e grandes empresas sofrem diariamente ataques de hackers e podem colocar em risco boa parte de seu patrimônio, com perda de informações valiosas, além de outros agravantes.

Uma prática que se tornou comum em meio a esses criminosos no universo online é o chamado Sequestro Digital, tema que virou um dos assuntos mais comentados nesta semana, após o anúncio desse fato em uma das maiores lojas de departamento do país, a Renner.

De acordo com o portal de tecnologia TecMundo, o site da marca saiu do ar após supostamente ter sido infectado por um ransomware. Trata-se de um vírus que se espalha em alta velocidade passando por toda a rede de computadores ligados à empresa, não somente aos que estão armazenados internamente, bem como outras máquinas remotas, conectadas à internet. E para que o contágio surta o efeito esperado pelos hackers, basta que um dos computadores abra a mensagem contaminada. Ai, o estrago é feito!

Provavelmente foi esse o ocorrido na loja de departamento. Segundo o Tecmundo, a empresa já estaria sendo extorquida pelo valor de um bilhão de dólares, o que corresponde a cerca de 5,4 bilhões de reais. Muita grana, não é mesmo? E, pior, para dificultar as investigações da polícia, geralmente o pagamento do resgate exigido é em criptomoedas.

Até esta sexta-feira (20), ao acessar o site da loja afetada, o usuário se deparava com a informação de “indisponibilidade sistêmica” e que estão trabalhando para “normalizar o acesso o mais rápido possível”, referindo-se também ao aplicativo.

As consequências de um site hackeado são inúmeras e em muitos casos nota-se o problema de cara, ao tentar acessar a página e não conseguir. A primeira coisa que vem em mente é que há algum problema técnico no computador ou no provedor da empresa, até que se percebe algo mais grave, que é justamente o cibercrime e que geralmente vem com uma mensagem informando o sequestro dos dados do site e que esse só será normalizado após o pagamento de resgate. Pois é, em tempos de tecnologia, os sequestros se modernizaram. Lamentável, mas é a realidade!

E não pense que essa operação criminosa é algo raro. Pesquisa realizada em 2017 já apontava que cerca de 51% das empresas nacionais já sofreram algum ataque cibernético.

E para evitar essa situação e se precaver de qualquer problema, toda empresa deve estar atenta e sempre alerta no quesito segurança digital. E aí é que entra a questão: muitas delas só pensam nisso após o fato consumado, mas pode ser tarde demais.

Ok, mas como devo proteger a minha empresa de pequeno, médio ou grande porte desses hackers?

Para o diretor de Projetos da pontoZap, Ediceu de Carvalho, a prevenção é sempre o melhor caminho, e essa pode ser feita a começar por simples ações, principalmente quando se refere a pequenas e médias empresas, que nem sempre têm condições de investir em alta tecnologia.

Em qualquer segmento empresarial, realizar um tratamento de dados tornou-se imprescindível para manter a segurança digital da marca, independente do seu porte, portanto, a orientação é manter sempre todos os sistemas atualizados, além de limitar os acessos, deixando esses apenas para os que têm a necessidade do uso.

“Compartilhar senhas usando cofre de senha ao invés de distribuir via e-mail, WhatsApp ou até mesmo papel, também torna o sistema mais seguro, evitando que, num eventual roubo de aparelho celular, computador ou documentos, esses dados se tornem visíveis aos criminosos”, destaca Carvalho.

Veja outras dicas de como se prevenir desse tipo de crime:

. Redobre a atenção antes de abrir qualquer link vindo de e-mails desconhecidos. Essa é uma prática que deve ser levada a todo o time de uma empresa, seja qual for o setor, já que os e-mails estão todos conectados em uma mesma rede, de mesmo provedor;

. Faça backups constantes: muito provavelmente a empresa de departamentos vítima do sequestro digital tem um sistema de recuperação de dados internos – é o que esperamos e desejamos. Fazer backup do sistema é imprescindível para não se tornar vítima desses criminosos. Mas vale destacar que esses backups de dados devem ser feitos em locais que não estejam diretamente ligados à sua rede.

. Atualize sempre seus sistemas e software. Os softwares precisam e devem ser frequentemente atualizados, justamente porque a cada suspeita de novos vírus eles ajudam automaticamente a filtrar e impedir a possibilidade de um ataque. Além de corrigir falhas, essas atualizações têm esse importante papel de tornar mais seguro o sistema operacional.

. Invista em software de qualidade. De nada adianta atualizar um software se esse não for de qualidade e que tenha tecnologia de ponta no quesito segurança, sendo assim, pesquise bem antes de instalar um software e lembre-se: melhor prevenir que remediar e, por essa razão, a investida não deve ser vista somente pelo preço e sim pelo seu desempenho e confiança.

. Adicione autenticação de dois fatores em seu aplicativo de WhatsApp, isso dificulta que pessoas não autorizadas acessem sistemas, mesmo com a senha.

. Nunca passe senhas ou códigos recebidos por SMS, token gerado por aplicativo ou e-mail solicitados por desconhecidos.

. Utilize, se possível, o Virtual Private Network (VPN) para conectar computadores remotos na rede da empresa. Trata-se de uma espécie de “túnel virtual criptografado”, trafegado através da internet, com a função de estabelecer uma conexão protegida com a empresa ao utilizar redes externas e até mesmo públicas.

(Imagem: Freepik)

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